Eu e você não somos o açúcar do bolo

O que você acredita que é para os olhos dos outros?

Lá fora, no mundo, somos um número de CPF. Perceba: a dignidade parece não estar ao nosso lado.

A importância que temos, àquela que imaginamos ter, não serve de nada quando estamos em ambiente alheio ao nosso.

Valorize seus familiares, seu pai, sua mãe, seus filhos, seus irmãos e, não, os estranhos, àqueles que você geralmente nem conhece, mas quer aparecer, para mostrar a eles o que você não é.

Será mesmo que os nossos amigos realmente são amigos de verdade?

Eles riem ou eles te abraçam quando você passa por algum constrangimento?

E você ri, “tira uma onda” ou dá a mão para o seu amigo, o abraça e sofre junto com ele?

Quer saber o tamanho de sua importância para o mundo? Vá ao mercado, vá para o trânsito, vá para a sociedade, busque uma repartição pública. Perceba o quanto não somos nada. Não passamos de “zero à esquerda”.

Nós somos chamados de 15 no posto de saúde. Para tirar o título eleitoral somos o 32. Para pagar o boleto da luz, na lotérica, “pode chegar o próximo”, que por sinal, tem a senha 09, grita a atendente.

É bem assim que somos.

Na loja que nos vende o casaco, somos um pouco notados, na pechincha ou enquanto efetuamos o pagamento. Saímos do recinto, nem lembram mais que existimos. Só esperam fazer a próxima venda, para outro sujeito, que logo também não será mais nem lembrado.

Nós não somos o gelo da caipirinha. Também não somos o açúcar do bolo e, tampouco, o sal do churrasco.

Nós podemos ser o “palhaço” da festa. O bêbado que faz graça e arranca gargalhada nos outros.

Nós somos a “dona Aurora” que recebe a Combi do rancho, que por sinal, está demorando chegar.

Nós somos, também, o cliente chato que reclama e humilha. Que grita no telefone e manda tomo mundo tomar no c@#.

Nós somos assim. O nada para quase todos e o muito para muito poucos.

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