As ações do Banco do Brasil (BBAS3) desabaram no pregão de sexta-feira, 1º de agosto 25, com queda de impressionantes 6,85%, fechando perto dos R$ 18,35. Foi uma das maiores baixas do Ibovespa no dia, e o pior: sem que o balanço do 2º trimestre tivesse sido publicado ainda.
Afinal, o que está assustando tanto os investidores?
😟 O mercado já está com medo do que vem por aí
Embora o balanço do 2T25 só vá ser divulgado no próximo dia 14 de agosto 25, as estimativas já circulam, e não são nada animadoras.
Vários bancos e casas de análise esperam uma queda forte no lucro do BB. O Safra, por exemplo, projeta um tombo de mais de 50% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado.
Já o BTG e o Bank of America também apontam retrações expressivas e revisaram para baixo o preço-alvo da ação.
O motivo? Alta nas provisões para calotes, especialmente no crédito rural, justamente um dos segmentos onde o Banco do Brasil tem maior presença.
🌾 Agro endividado pressiona o BBAS
A crise de liquidez enfrentada por diversos produtores rurais vem aumentando a inadimplência no setor. Como o BBAS3 tem forte exposição ao crédito agropecuário, o risco de perdas aumentou, e isso está sendo precificado antes mesmo da publicação oficial dos resultados.
📉 Rebaixamentos e pessimismo tomam conta
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Goldman Sachs prevê que o banco vai apresentar o pior índice de rentabilidade (ROE) dos últimos 10 anos.
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O BTG Pactual estima que o banco vai gerar um retorno abaixo do custo de capital.
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O JPMorgan já rebaixou a recomendação para o papel, dizendo que não há mais gatilhos positivos no curto prazo.
💰 E os dividendos, ainda valem a pena?
Mesmo com essa derrocada, o Banco do Brasil segue pagando dividendos generosos (acima de 10% ao ano). O papel está sendo negociado com múltiplos bem baixos (P/L abaixo de 5x), o que pode chamar atenção de investidores de valor.
Apesar da turbulência recente, o Banco do Brasil continua sendo um dos queridinhos dos investidores que focam em renda passiva.
Com um dividend yield acima de 10% ao ano, o papel ainda atrai quem busca fluxo de caixa constante. Muita gente inclusive usa BBAS3 como “aposentadoria de bolso”, justamente por essa característica de ser uma ação estatal que costuma distribuir lucros generosos.
Mas é bom lembrar que dividendos fartos não significam ausência de risco. Se o lucro do banco realmente vier abaixo do esperado, como o mercado já está antecipando, isso pode impactar diretamente o volume distribuído nos próximos trimestres.
Ou seja: quem entra agora só pelos dividendos precisa considerar que o cenário pode piorar antes de melhorar.
🏦 E o setor bancário como um todo, vale a pena?
Mesmo com as pancadas em BBAS3, o setor bancário segue sendo uma das colunas de sustentação da bolsa brasileira.
Bancos são empresas altamente lucrativas, com margens sólidas, presença nacional e, em geral, distribuem bons dividendos. Para muitos investidores, é quase uma “posição obrigatória” em carteira.
Mas o momento pede mais critério. A concorrência está mais acirrada, as fintechs continuam crescendo, o crédito está mais caro e o risco de inadimplência aumentou em várias frentes, especialmente em linhas como agro, consignado e MEI.
Isso tudo pressiona os lucros e obriga os investidores a olharem além dos números brutos: entender qual banco está mais preparado para o novo ciclo virou o jogo. E aí, o Banco do Brasil entra nessa disputa com algumas vantagens, mas também, com seus próprios desafios.
🔍 Conclusão
As continuadas quedas de BBAS3 em 2025 e sua forte oferta em 01/08 foi resultado de uma combinação explosiva: lucro abaixo do esperado, temor com inadimplência no agro e analistas pulando fora do barco. O papel entrou no radar dos investidores — mas agora, mais pelo risco do que pela oportunidade.
Importante: este é um conteúdo independente e reflete as opiniões do autor e não deve ser interpretado como análise ou recomendação de investimentos.