Por dentro das novas regras da língua portuguesa

As novas regras ortográficas da língua portuguesa foram criadas com a intenção de facilitar o entendimento da língua entre todos os países que têm o português como idioma oficial. De inicio, a mudança não foi bem apreciada pela maioria das pessoas, inclusive, artistas e escritores, de todos os países integrantes do acordo. Quem foi alfabetizado depois da entrada em vigor das novas regras não terá nenhum problema. Quem já aprendeu pela forma tradicional, agora terá que voltar a rever seus conceitos sobre as normas cultas da língua portuguesa.

Alguns dos elementos mais fáceis de  reaprender pelo novo acordo estão casos como o uso da trema, que foi definitivamente eliminado do dicionário, por exemplo, a palavra “tranquilo” que antes do acordo se escrevia “tranqüilo”, agora não recebe mais trema sobre o u. A Palavra “para” quando verbo e levava acento agudo no primeiro a, agora não recebe mais acento nenhum.

Os pontos mais confusos são em relação às palavras separadas por hífen, muitas mudanças foram efetuadas nessas regras. Pelo novo acordo, o hífen será mantido em palavras compostas onde a última letra da primeira palavra terminar com vogal e a segunda iniciar com a mesma vogal. Por exemplo, pela regra antiga, antiinflamatório era uma unica palavra. Pela nova regra se escreve anti-inflamatório. O mesmo acontece com microondas (passa a ser micro-ondas), antiibérico (passar a ser anti-ibérico), arquiinimigo (passa a ser arqui-inimigo) e assim por diante.

Quando o hífen tiver relação à palavras compostas cuja última vogal da primeira sentença for uma vogal e, a vogal que inicia a segunda sentença for diferente, o hífen não será utilizado. Por exemplo: auto-escola (pelo novo acordo se escreve autoescola), auto-ajuda (pelo novo acordo se escreve autoajuda), infra-estrutura (pelo novo acordo se escreve infraestrutura), extra-oficial (pela nova regra se escreve extraoficial) e assim por diante.

Quando a segunda palavra da sentença iniciar com h seguida por uma vogal, a regra continua com o uso do hífen. Por exemplo: extra-humano, semi-herbáceo, anti-higiênico e outras.

Uso do hífen em palavras compostas, onde a última letra da primeira palavra for vogal e a primeira letra da segunda palavra for r ou s: neste caso, o hífen não deverá ser utilizado e, a consoante r ou s deverá ser duplicada. Por exemplo: ultra-som (pela nova regra se escreve ultrassom), auto-retrato (pela nova regra se escreve autorretrato), arqui-rival (pela nova regra se escreve arquirrival), contra-regra (pela nova regra se escreve contrarregra), contra-senso (pela nova regra se escreve contrassenso) e assim por diante.

Acentuação aguda sobre “i’ e o “u”: estas duas letras não recebem mais acentos em hiatos acompanhados de ditongo. Por exemplo: feiúra (agora se escreve feiura), bocaiúva (agora se escreve bacaiuva) e assim por diante.

Os hiatos “oo” e “ee” não recebem mais acentos. Por exemplo: enjôo (agora se escreve enjoo), crêem (agora se escreve creem), vôo (agora se escreve voo), lêem (agora se escreve leem) e assim por diante.

Os ditongos “ei” e “oi”, quando abertos não serão mais acentuados. Por exemplo: paranóico (agora passa a ser paranoico), assembléia (agora passa a ser assembleia), bóia (agora passa a ser boia), idéia (agora passa a ser ideia) e assim por diante.

Exceções: em ditongos abertos de oxítonas terminadas em “éi”, “éu”, e “ói” e nos monossílabas, o acento não sofre alterações. É o que acontece em herói, dói, troféu, céu, chapéu, constrói e outras palavras.

No caso de palavras homônimas, ou seja, palavras de mesma grafia, mas com som e significado diferentes, não receberão mais acento. Por exemplo: pára/para, pêra/pera, pólo/polo, pêlo/pelo e outras.

Com o novo acordo será preciso revisar nosso vocabulário, reaprender a escrever muitas palavras, mas, em nome da globalização, praticando, lendo, revisando, a habituação e o novo entendimento é um prêmio para nossa inteligência.

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